Pedágio para caminhões: como devo fazer o cálculo?

pedágio para caminhões
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O cálculo do pedágio para caminhões causa dúvidas em motoristas e donos de frota, não é mesmo? Afinal, quais variáveis considerar para obter esses números de forma precisa? O tipo de veículo interfere no resultado final?

Como esse é um tema muito importante para quem trabalha na área, preparamos este conteúdo. Ao longo do texto, você encontrará uma série de recomendações para calcular esses valores com exatidão. Também falaremos sobre a importância dessa tarifa e quais fatores influenciam nas contas.

Continue a leitura e fique por dentro do custo do pedágio para caminhão!

Como calcular o pedágio para caminhões?

Como você já sabe, a rota determina os parâmetros usados para calcular o custo do pedágio — para quem quer ganhar dinheiro com caminhão, é fundamental ter atenção a esse detalhe.

Os cálculos são feitos a partir de um conceito chamado de “tarifa quilométrica”: há um valor fixo por quilômetro, que se multiplica pelo trecho de cobertura. Ele varia de acordo com a rodovia e o tipo de veículo. Dito isso, tenha em mente que as rodovias se dividem em três grandes categorias: sistema rodoviário, estradas de pista dupla e estradas de pista simples.

Em sistemas rodoviários, as rodovias são paralelas e ambas apresentam pista dupla. As estradas de pista dupla são caracterizadas pela presença de um canteiro central. Na maioria das vezes, trata-se de uma barreira física ou visual, que você pode perceber rapidamente ao entrar na rodovia. Por fim, as de pista simples são aquelas que têm uma faixa por sentido.

Outro ponto que causa bastante confusão tem a ver com trajeto — viagens mais longas nem sempre são mais caras, porque algumas regiões não são cobertas pelas concessionárias. Em contrapartida, existem outras onde é possível encontrar um pedágio a cada 100 quilômetros percorridos, por exemplo.

Como as tarifas mudam conforme os fatores mencionados, é interessante estudar as diferenças entre as regiões. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) disponibiliza informações sobre a infraestrutura das rodovias em seu site. Saber quais são os valores cobrados em cada parte do país permite calcular quanto você vai gastar exatamente. Além disso, há como verificar se alguns trechos podem ser evitados para reduzir os gastos.

O tipo de veículo muda a cobrança da tarifa?

Como mencionado no tópico anterior, o tipo do caminhão altera a forma como o pedágio é calculado. Veículos com 2 eixos — como caminhão-trator de dois eixos e caminhões leves — devem pagar o dobro. Desse modo, se um percurso tem 3 pedágios cuja tarifa aplicada é de R$ 7,00 em cada um deles, o montante total seria de R$ 42,00.

Veículos de 3 eixos pagam o triplo do valor-base. É o caso de caminhões-trator com semirreboque. A lógica também vale para os que têm 4 eixos (caminhões com reboque e afins), que pagam 4 vezes o que é cobrado. Sendo assim, quanto mais eixos há no seu caminhão, maiores serão os gastos com os pedágios.

Qual é a importância do pedágio para caminhões?

Não há dúvidas de que os pedágios para caminhões podem gerar um certo desconforto entre os gestores de frotas. O descontentamento é compreensível: como se já não bastassem os custos com salários, combustível, impostos e manutenção, ainda é preciso lidar com essas tarifas, que nem sempre são baratas.

Apesar disso, os pedágios são importantes. Afinal, quem os cobra — as concessionárias — oferece algo em troca. São essas empresas que prestam auxílio aos motoristas, principalmente em casos de acidentes ou problemas mecânicos. Os valores arrecadados se justificam pelo compromisso de aperfeiçoar, conservar e expandir as rodovias. Também cabe a essas empresas a missão de fiscalizar o tráfego e garantir que todos tenham a melhor viagem possível.

Portanto, devemos encarar esse custo como algo que é repassado para quem circula em determinado trecho e que será convertido em serviços e melhorias para os usuários.

Vale lembrar que o não pagamento da cobrança configura infração grave de trânsito. Ao passar pela barreira sem autorização, você pode ser penalizado com multa e perder 5 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) — e não é isso que você quer para o seu negócio, certo? Os detalhes sobre valores e critérios estão descritos no artigo 209 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Além disso, você sabe quão ruim pode ser dirigir em um local sem segurança, repleto de buracos, com sinalização insuficiente ou com pistas perigosas. Por isso, as tarifas são uma espécie de “mal necessário” para evitar situações precárias nas estradas. Ao pagá-las, é como se estivéssemos reunindo esforços para criar condições melhores para trabalhar e conquistar nossos objetivos profissionais.

Como funciona isenção de pedágio?

Muitas demandas foram regulamentadas pela Lei do Caminhoneiro (Lei n °13103), que prescreve sobre o desempenho da profissão de motorista em relação ao transporte de cargas e ao transporte de passageiros. Entre os destaques estão as normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) quanto ao número de horas trabalhadas e define os horários para repouso.

Já o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) sofreu mudanças referentes ao limite de peso por eixo, aumentando de 5% para 10%. Essa demanda era uma preocupação tanto do governo quanto das concessionárias de pedágio, pois o peso excedente pode acelerar o desgaste do pavimento nas estradas e nas cidades.

No entanto, o objetivo deste tópico é discutir sobre a isenção de pedágios nas rodovias. Essa demanda influencia o setor de transporte de ponta a ponta, incluindo caminhoneiros autônomos e empresas logísticas.

A Lei do Caminhoneiro autorizou a isenção apenas para caminhões de carga. Portanto, eixos suspensos são considerados vazios e não são tarifados. Por exemplo, se o veículo está parcialmente ocupado, apenas o eixo suspenso estará isento e a cobrança será feita considerando os demais que transportam cargas.

Isso ocorre com frequência quando o motorista está retornando após entregar a mercadoria. Ao passar pelo pedágio, a tarifa não será recolhida, visto que o caminhão estará vazio.

Após esse benefício ter entrado em vigor, as condições das rodovias precisam ser garantidas para todos os condutores e passageiros. Por isso, as tarifas para caminhões e carros de passeio são reajustadas periodicamente.

Como reduzir o pagamento de pedágio em uma frota?

A boa notícia é que existem modos de reduzir o pagamento de pedágios para caminhões. Listamos, logo abaixo, algumas alternativas. Confira!

Aposte em ferramentas e abandone o cálculo manual

É possível definir a rota mais benéfica com o auxílio da tecnologia, por meio de um sistema roteirizador. Basta informar os dados sobre o destino e paradas que o aplicativo determina o melhor trajeto conforme suas preferências, como pavimentação, tempo, segurança e custos.

Programas que elaboram mapas de viagem também compartilham referências sobre horários de pico nas estradas, obras em andamento e ocorrências de trânsito. Tudo isso é atualizado em tempo real, a fim de o gestor de frotas e os motoristas não serem pegos de surpresa, especialmente quando as entregas forem urgentes.

Em relação aos pedágios, um diferencial dessa tecnologia é traçar rotas que desviam de postos de cobrança. No entanto, cabe a você analisar outros aspectos e decidir se é válido evitar esses trechos e percorrer caminhos mais longos.

Use outras rotas

Às vezes, escolher uma rota sem pedágios pode fazer a frota e os condutores passarem por estradas alternativas, com condições precárias, esburacadas, sem iluminação ou sinalização — aumentando a probabilidade de acidentes. Além disso, os riscos de assaltos são maiores por conta da baixa frequência de fiscalização e policiamento.

Nesse sentido, é recomendado refletir se o não pagamento de pedágios é pertinente diante de ocorrências graves que podem surgir e outros fatores — como rotas com opções de acomodação e restaurante. Anote os prós, os contras e os valores em uma planilha e analise cada caso.

Utilize pagamentos automáticos

Usar recursos para pagamento automático dos pedágios é indispensável, pois o condutor não perde tempo em filas — que podem ser quilométricas dependendo do horário e épocas do ano — e também elimina a necessidade de circular com dinheiro em mãos, evitando roubos.

Além disso, essa prática favorece o controle financeiro da transportadora. Com pagamentos eletrônicos, a gestão do frete e gastos com pedágios é otimizada, permitindo que você, gestor, acompanhe os custos nas estradas em tempo real. Sem falar na possibilidade de calcular tais gastos na hora de definir o preço dos serviços, o que diminui os prejuízos.

Além disso, muitas empresas oferecem descontos e benefícios para transportadoras que instalam dispositivos e utilizam cartões na frota. Logo, é válido pesquisar para diminuir as despesas operacionais nas estradas.

Faça uma boa gestão de frotas

Uma boa gestão de frotas é imprescindível para gastar menos com o caminhão. Consequentemente, ela é bastante útil para que você aumente os lucros do seu negócio. Para isso, elabore um cronograma de manutenção preventiva a fim de economizar dinheiro para o pagamento de pedágios e outros recursos operacionais.

Verifique as restrições dos clientes

Considere as características de cada entrega durante o planejamento de rotas. Se alguns clientes têm restrições com relação aos horários de recebimento e a transportadora não se programar de acordo, os condutores terão de esperar muito tempo ou fazer novas tentativas de entrega, pagando pedágios e lidando com despesas inesperadas. Portanto, priorize as restrições dos clientes na hora de definir as operações de transporte.

Como vimos, o custo do pedágio para caminhão é uma necessidade. Ainda assim, é possível se preparar para essa despesa e fazer com que ela não exerça um impacto negativo em seu planejamento. Para isso, alinhe todas as demandas do seu negócio a fim de garantir um gerenciamento financeiro mais eficiente.

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